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13 de mai. de 2014

Parasitismo: Parasitas e Parasitóides

O parasitismo é uma interação ecológica interespecífica (entre espécies diferentes) desarmônica (um leva vantagem sobre o outro) e devido a extensão desse tema, para melhor entendimento, ele será tratado em partes. Para começar vamos responder a essa pergunta: Você sabe a diferença entre parasita e parasitóide?

Antes de responder a essa pergunta, precisamos entender que o parasitismo realizado pelos insetos é parte de um sistema natural de regulação das comunidades. E a diferença entre parasitas e parasitóides está relacionada ao comportamento desses insetos. Enquanto os parasitas se alimentam de vários hospedeiros sem matá-los, os parasitóides acabam por matar seu hospedeiro.

Parasitismo
O parasitismo pode ocorrer entre insetos ou artrópodes (parasitóides) ou vertebrados (ectoparasitas). Quando o parasitismo acomete o homem, associa culturalmente uma imagem negativa aos insetos como transmissores de patógenos, entretanto, é preciso reforçar que um inseto só pode ser considerado vetor de alguma doença, se este estiver infectado com algum tipo de vírus ou protozoário.
Diptera: Culicidade
Foto: fêmea da espécie Aedes aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidae)
Embora alguns insetos reconhecidamente hematófagos (que se alimentam de sangue) e potenciais vetores  também incluem a seiva das plantas em sua dieta alimentar para obtenção de carboidratos como é o caso culicídeos, flebotomíneos, simulídeos, ceratopogonídeos e tabanídeos. O comportamento hematofágico é comum em fêmeas e tem como objetivos a obtenção de nutrientes e a produção de descendentes.

Parasitóide
Quando ocorre entre insetos, o parasitismo também objetiva a obtenção de alimento, não do inseto adulto (como ocorre nos hematófagos) mas dos imaturos (ovos e larvas) desses insetos ditos parasitóides. Dependendo da espécie parasitóide, essas posturas podem ocorrer no tegumento ou no interior do hospedeiro.

Inseto parasitóide
Foto: besouro da espécie Oulema melanopus (Linnaeus, 1758) possivelmente parasitado
por larvas de vespa da espécie Tetrastichus julis  (Walker, 1839) seu predador natural.
Inseto parasitóide
Foto: lagarta parasitada por ovos
Algumas ordens como Hymenoptera, Diptera e Lepidoptera incluem espécies parasitóides com padrões variáveis de especificidade de hospedeiro. Entretanto, pode ocorrer de conjuntos de espécies parasitóides atacarem a mesma espécie de hospedeiro em diferentes épocas, locais ou estágios do ciclo de vida.

É comum observarmos alguns insetos recobertos de ovos que são as posturas de insetos parasitóides. Entretanto, como vimos anteriormente, diferente de como ocorre em outra associações parasita-hospedeiro, nesta caso, o hospedeiro geralmente morre, servindo de alimento para as larvas recém eclodidas.
Inseto parasitóide
Foto: besouro parasitado por ovos
A princípio o parasitismo parecer prejudicial ao hospedeiro, entretanto, essa associação é importante para o controle natural das populações entre os insetos. Essa prática têm sido cada vez mais utilizada pelo homem como controle biológico. O descontrole populacional ocorre quando espécies exóticas (que não é natural de determinada região) após serem introduzidas crescem de forma descontrolada, devido a ausência de um inimigo natural, tornando-se prejudiciais à áreas urbanas, florestas e a economia agrícola de determinada região.

Problemas futuros causados ​​pela fragmentação de habitats, alterações climáticas e perda de habitat primário em todos os ecossistemas, gerarão impacto. E conhecer os insetos parasitóides e suas especificidades com relação ao hospedeiro irá ajudar no gerenciamento dos insetos-praga que por ventura forem prejudiciais em área urbana, floresta e na agricultura, além de contribuir para a preservação do habitat natural e conservação da biodiversidade do parasitóide.


Você já ouvir falar em vespas caçadoras?
Não! Aguarde o próximo tópico!

Referências:

Foottit, R.G. & Adler, P.H. Insect biodiversity: science and society. Wiley-Blackwell Publishing, 2009. 642p.

Gullan, P.J. & Cranston, P.S. Os insetos: um resumo de entomologia. 3.ed. São Paulo: Roca, 2007. 440p.
Marcondes, C.B. Entomologia: Médica e Veterinária. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2011. 526p.

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